Uma conversa de uma familia
que por acaso são alentejanos
diz a mãe prá filha Maria,
vai ao monturo buscar uns tanganhos
Pra quê mãe o lume já tá aceso
quem disse que era pró lume acender
não vês que é pró, monturo não crescer
as galinhas vão lá pôr os ovos
é nãm quero muito peso
agora já percebi ,mande lá a minha irmã,
se eu te mandei vais tu ,
senão ela só chega cá amanhã
Eu cá sou sempre a mais castigada néi
não! és é a mais velha, tens que alinhare
eu nãm concordo, nem tens que concordar
é fazer o quê digo e pranta-te já a andar,
mas O mãe, mau mau qué agora,
pois eu queria dizer mas nam vou contar
qué se passa onde anda a mana ,
essa magana também ná meio de cá chigar
é a mais nova tem más tempo pra namorare
Tás-me dezendo ca tu irmã já namora
quéqe acha qualquer dia amigo-me e vou embora
tamém tu minha cabra dum cabresto,
vai-me lá buscar os tanganhos trázios dentro do cesto
que eu vou já tratar disto agora,
começa a mãe a pensar ,esta agora !é qê nam esperava
comoé que éde fazer isto preciso das moças pra trabalharem
ecá tamém trabalhi munto ,e da edade delas eu e o pai já tava junto
É melhor esperar por elas ,ah ! mas pego num porrete
eu cá dou cabo delas ,maganas ,já querem namorare
mas cá esta Maria nam va´deixare,
mas o melhor é por elas esperare,
e com isto tudo o raio da moça dexou-me a matutare
ALGUNS ERROS ENCONTRADOS SÃO PROPOSITADOS ,É UM POUCO A CONVERSA DOS MAIS ANTIGOS POVOS ALENTEJANOS ,EMBORA AINDA HAJA ,MAS MUITO ESPORÁDICO ´, NÃO LEVEM A MAL É UMA BRINCADEIRA MINHA
Joana R.Rodrigues 11/02/2016
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