quinta-feira, 21 de abril de 2022

PERDIDA NO BOSQUE

 Era uma vez uma avozinha, que se perdeu no bosque. Estava muito frio e ela pobrezita, precisava de ir buscar lenha, para fazer uma fogueira para se aquecer. Ela tinha dois netos, a quem ela pediu para ajudar. Mas o Manuel disse que não tinha força para cortar lenha e o António disse o mesmo. Então a avó decidiu ir ela mesma buscar a lenha. 

“Está bem, então fiquem em casa e portem-se bem, que eu não demoro.”

Mas o dia escureceu e avozinha, que já estava muito longe de casa, começou a ficar assustada pois já andava perdida com o seu molhinho de lenha. Começou a gritar: “quem me pode ajudar?” Mas ninguém a ouvia, por isso sentou-se numa pedra e começou a rezar a Deus e à Virgem Maria. Não aparecia ninguém e era já noite. 

Ao longe, passa um lenhador que viu uma velhinha sentada à beira do caminho. Pensou “eu não vou lá deve ser alguma bruxa que me quer enfeitiçar”.

E a avozinha sentada estava, sem poder continuar a sua viagem, a rezar para que os netos a viessem buscar. Mas os netos estavam tão distraídos com os jogos de computador, que nem deram pelo tempo passar. Só se lembraram da avozinha porque eram horas de jantar.

Enquanto a avó chorava perdida no bosque, chegou uma cabrita que falava, e disse “não te preocupes eu vou levar-te a casa”. Entretanto os netos ao verem que a avó não estava, resolveram ir procurá-la. Seguiram a caminho do bosque, mas como estava muito escuro caíram num buraco. Agora eram eles que choravam, arrependidos de não terem ajudado a avó. O Manuel dizia “Agora ninguém nos vem salvar”, ao que o António respondia “Pois é! Tenho medo e não tenho jantar e num buraco vou ficar!”. Mas a cabrita que seguia com a avó ouviu gritar  aproximou-se e disse “Não tenham medo, eu vou-vos salvar!”

“Mas como? Cabrita tu falas tenho medo de ti!”

“Não tenham medo, eu só pratico o bem, o que vocês deviam fazer também. Esperem um pouco.”

E a cabrita desceu ao buraco e disse “um de vocês sobe para as minhas costas”. O Manuel foi o primeiro, depois diz a cabrita “agora puxa o teu irmão António, que sobe para as tuas costas”. E assim foram saindo e todos saíram do buraco. A avó ficou radiante de ver os netos, e os netos também.

A cabrita foi levá-los até a casa da avozinha, quando lá chegaram agradeceram à cabrita o bem que lhes tinha feito. Deram tantos beijinhos à cabrita, tantos, mas tantos, que ela se transformou numa linda Princesa. Ela era a fada do bem, que foi enfeitiçada por uma bruxa que lhe disse “Não fazes bem a mais ninguém! Vou transformar-te em cabrita e só quando duas crianças te beijarem perderás o teu feitiço!”


O feitiço foi quebrado
Pelas crianças inocentes
Valeu a pena ser beijada
Pois eles foram valentes

Foi uma lição de vida
Para aqueles meninos
Ajudam a avó querida 
E a enchem de mimos


Para o bosque não vão
Sem serem acompanhados
Aprenderam a lição
E pela fada são abençoados

Só vão praticar o bem
Como a fada bem lhes disse
Quando a avó for, vão também
Para não fazerem uma burrice


Agora que todos estão bem
Convidaram a fada madrinha 
Para fazer a festa também
Só faltava a menina Joaninha


E assim fizeram a festa
Cheia de amor e alegria
Se a Joaninha não chegasse 
A festa não se fazia


E assim vence o bem, 
Amor e muita alegria,
Acabou-se a estória 
Outra virá um outro dia!

JOANA R. RODRIGUES
ABRIL/2022 (PORTUGAL)


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