Passados tantos anos, e como eu recordo um dos Natais da minha vida tinha eu 14 anos e o um dos meus irmãos ia casar em janeiro, e nesse natal as duas famílias decidiram passar a consoada todos juntos, e foi na minha casa a família era maior, e lá jantamos o habitual eu nessa altura já não tinha pai, mas tinham uns irmãos que faziam a vez de pai tínhamos um respeito e até medo, porque ele estava sempre a dizer que levávamos um bilhete postal na cara, ( queria dizer um chapada) mas nunca bateu, era para mim e para a minha irmã que tinha 11 anos, era só manter o respeito, mas naquela noite de Natal, depois de termos jantado, o habitual bacalhau com couves e havia sempre carne especialmente, carne de porco à Alentejana com as respetivas ameijoas , mas durante a tarde as mulheres da família foram fazendo os doces, como as azevias sonhos de abobora eram tradicionais na minha terra ,e claro as filhós não podiam faltar, bastava só o cheiro dos fritos e a lenha a arder nas grandes chaminés, e até fogueiras na rua onde os homens tratavam de embebedar o grande peru criado por todos nós, para o dia de natal, mas depois de tudo organizado e jantado, a mesa ficava posta com os respetivos doces para serem comidos depois da Missa do galo, era uma obrigação estar-mos todos na missa, mas havia um combinado entre mim e e outros rapazes e raparigas ficar-mos todos atrás as mães iam para a frente e como a igreja estava cheia se nós saíssemos ninguém dava por isso, e assim foi e de mansinho fomos saindo sem darem por nós, ( adolescentes) e como um dos rapazes tocava bem flauta fomos todos dançar para uma casa que estava vazia, entretanto acaba a missa, e claro as mães não encontravam os filhos e assustaram-se mas azar uma das miúdas que não conseguiu sair porque estava no meio dos pais e ela acabou por dizer onde nós estávamos, eu que estreei as minhas primeiras meias de vidro era a prenda de Natal, e a minha mãe deu-ma porque não fazia sentido eu a estrear uns sapatos de meio salto, e não ter umas meias, estava a dançar quando ouço um assobio à porta reconheci que era do meu irmão fiquei logo aflita, hoje é que levo o bilhete postal( pensei eu) era eu e a minha irmã levadas para casa sempre a ouvir ralhar, ele levou-nos por um caminho mais perto mas que havia mato e as minhas meias coitadinhas ficavam penduradas aos bocados nos tojos e naquele restolho que nos picava todas, minhas ricas meias, chegamos a casa, e queriam que nós fossemos comer os doces mas eu e a minha irmã não respondemos a ninguém e fomos para a cama, não queríamos falar com ninguém, mas sobre a madrugada depois de já estarem a dormir eu e a minha irmã levantamos e fomos buscar os doces para comer na cama, a minha mãe apercebeu.se mas não disse nada mas disto tudo tinha pena era das minhas meias, Feliz Natal A TODOS, HÁ RECORDAÇÕES QUE FICAM PARA A VIDA,
Joana R, Rodrigues
NATAL //2021
Portugal,
Foto Google
domingo, 21 de novembro de 2021
RECORDAÇÕES DO MEU NATAL,
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